segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Visita ao récem-nascido: as perguntas

Os meus planos foram, literalmente, por água abaixo. Não me deixaram esperar até sábado e tive de ceder (foi a primeira cedência de poucas que farei, portanto escolham bem as batalhas que querem que vos deixe vencer. ihihih!).
Bem, já cá estou e sou apenas observador. Ainda não interajo. Passo muito tempo de olhos fechados porque a minha visão é turva. Em comparação, a minha audição é fantástica! Aproveito estes dias para me ambientar, perceber as normas sociais, conhecer as pessoas e adaptar-me ao fuso horário.Tem sido tudo muito agitado. Pessoas novas, a toda a hora, com vozes e cheiros muito diferentes. Escuto-as e percebo que fazem todas perguntas semelhantes. É bom. Daqui a 2 ou 3 meses, quando já souber falar e for com os meus pais conhecer os filhos dos amigos dele (FYI: não quero esperar mais do que 2 anos para que tal aconteça. Ou começam a aparecer “primos” ou os pais terão de arranjar amigos novos!), já sei quais as perguntas obrigatórias. Vou anotar para não me esquecer (são tantas coisas novas para aprender, convém escrever):
  • É parecido com o pai ou com a mãe? - Logo depois de formulada a pergunta, deve-se dar a opinião. 50% das pessoas diz que sou parecido com o pai, 50% com a mãe. Penso que não há uma resposta acertada. E há até quem diga que sou parecido com um dos bisavós porque... tenho falhas de cabelo! Que belo critério...
  • Dorme bem? - Durmo bem, obrigado. Consigo dormir quase 2 horas seguidas! Curiosamente, os pais discordam…
  • Tem cólicas? - Para já, não sei o que isso é, e espero não vir a saber. Pelos comentários que ouvi, é algo bastante desagradável.
  • Come bem? Já engordou? - Mau… ainda agora aqui cheguei e já começou o fatshamming?!
  •  E agora, como vão fazer com o cão? - Preciso de compreender melhor o contexto desta pergunta. Parece que, de alguma forma, a minha chegada implica a partida da Noori… mas não faz sentido!
Além das perguntas, também preciso de anotar os comentários e conselhos das visitas. São tantos e tão contraditórios que terão de ficar para outra altura. O meu estômago já está a dar horas e a mãe parece estar a dormir profundamente. Está na altura de pedir o lanche!
Memórias do Timmy

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